A campanha eleitoral para a prefeitura de Teresina, este ano, trouxe para o centro do debate o tema da segurança pública. Ou insegurança.
E também um questionamento da maior importância, e gravidade: Cadê o helicóptero da Polícia Militar do Piauí?
Aeronave em missão no litoral piauiense, algum tempo atrás (Foto/Reprodução)
Faz 2 anos, de acordo com o major Diego Melo, que disputa a Chefia do Executivo teresinense pelo Patriota, que o equipamento foi desativado.
Isso representa, segundo ele, um grande prejuízo para o combate ao crime, para garantir da ordem e da segurança no estado.
Explica: “O helicóptero tem papel determinante na ação de segurança a partir de procedimento coordenado entre o grupamento aéreo e a equipe de solo, que parte em busca e captura e recebe auxílio daqueles que estão no sobrevoo.”
No boletim da Polícia Militar do Piauí, encontramos a seguinte informação:
>>> Aeronave ajuda nas operações de terra e mostra uma visão dinâmica e abrangente do ambiente
“No dia 6 de junho de 2002, iniciou-se o serviço de policiamento aéreo no Estado do Piauí, sendo criado o GAPI (Grupamento Aéreo Policial Integrado), composto por policiais militares, bombeiros militares e policiais civis, contando com um helicóptero AS 350 BA (Esquilo), utilizado para dar suporte às missões policiais.”
Diz ainda o informe que, em 18 de julho de 2005, através da lei estadual nº 5.468, foi criado o GTAP (Grupamento Tático Aeropolicial) na estrutura da PM/PI e publicado no Diário Oficial do Estado nº 135 de 19 de julho de 2005, incorporando-se a este toda estrutura física e humana advinda do então GAPI.
O primeiro comandante foi o então capitão PM Clayton Frota Gomes, hoje coronel.
“Com a aprovação da Lei de Organização Básica da PMPI em abril de 2016, foi criado o COPAER (Comando de Policiamento Aéreo), e o GTAP foi elevado ao patamar de Batalhão, passando a se chamar BTAP (Batalhão Tático Aeropolicial) e a fazer parte do COPAER.
O policiamento aéreo tem por meta atuar na segurança pública em áreas de difícil acesso para o recurso humano.
Onde os policiais teriam dificuldade de penetrar, e ainda garantindo uma visão muito maior de toda a área de uma ocorrência, sobretudo quando existem elementos em fuga.
A partir daí o policiamento aéreo faz a orientação das equipes terrestres para facilitar a perseguição e captura.
Trata-se de um importante, e eficaz, equipamento de combate ao crime, usado atualmente por todas as polícias mais modernas do planeta.
No Piauí, não houve apenas a mudança de denominação do setor da PM/PI responsável pelo policiamento aéreo, houve também, ao longo do tempo, a distorção do sistema e sua utilização indevida, conforme se mostrou recentemente, de novo, imagens de uma política do município de Piripiri, 176 km de Teresina, utilizando-se do equipamento para sobrevoo de passeio sobre a cidade.
O helicóptero estava em Piripiri naquela ocasião, em julho 2017, para ajudar na segurança da Pirifolia, carnaval fora de época do município.
Na oportunidade a beneficiária do sobrevoo fez agradecimento público ao então secretário de Segurança, Fábio Abreu, e ao comandante da Polícia, coronel Carlos Augusto Gomes de Souza, pelo grande momento a ela propiciado.
Nada de segurança, nada de interesse público. Apenas um passeio sobre a cidade — e isso demonstra a manipulação indevida de um equipamento público que faz falta nas ações de segurança.
O questionamento está lançado. Com a palavra, a Secretaria de Segurança Pública, através do secretário Rubens Pereira, e o Comando da PM/PI. (Toni Rodrigues)