O governo informou nesta segunda-feira (22) que atingiu R$ 268,79 bilhĂ”es em 2017 o dĂ©ficit somado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sistema pĂșblico que atende aos trabalhadores do setor privado, e dos Regimes PrĂłprios dos Servidores PĂșblicos (RPPS) da UniĂŁo.
Segundo nĂșmeros da Secretaria da PrevidĂȘncia do MinistĂ©rio da Fazenda, o rombo Ă© 18,5% maior que o registrado em 2016, quando somou R$ 226,88 bilhĂ”es. A piora foi de R$ 41,91 bilhĂ”es. O valor do rombo, no ano passado, foi o maior da sĂ©rie histĂłrica.
Somente no INSS o rombo subiu de R$ 149,73 bilhÔes, em 2016 (2,4% do PIB), para R$ 182,45 bilhÔes no ano passado (2,8% do PIB), um crescimento de 21,8%, ou de R$ 32,71 bilhÔes.
O MinistĂ©rio da Fazenda informou que a maior parte do dĂ©ficit do INSS registrado no Ășltimo ano estĂĄ relacionado com a PrevidĂȘncia Rural que, sozinha, respondeu a um resultado negativo de R$ 111,6 bilhĂ”es, contra R$ 107,2 bilhĂ”es em 2016, alta de 4,1% no rombo.
A previdĂȘncia dos trabalhadores urbanos tambĂ©m registrou dĂ©ficit no ano passado, de R$ 72,31 bilhĂ”es. Houve, com isso, um crescimento de 51,3% no resultado negativo, que somou R$ 47,8 bilhĂ”es em 2016.
Para 2018, a expectativa do governo é de um novo crescimento no rombo do INSS. A previsão que consta no orçamento jå aprovado pelo Congresso Nacional é de um resultado negativo de R$ 192,84 bilhÔes.
Servidores da UniĂŁo
JĂĄ para o regime prĂłprio dos servidores da UniĂŁo, o dĂ©ficit subiu de R$ 77,15 bilhĂ”es, no ano retrasado, para R$ 86,34 bilhĂ”es em 2017 – uma alta de 11,9%, ou de R$ 9,19 bilhĂ”es.
O déficit dos regimes próprios dos servidores da União do ano passado, de R$ 86,34 bilhÔes, se dividiu da seguinte forma:
- servidores civis: rombo de R$ 45,24 bilhÔes
- servidores militares: rombo de R$ 37,68 bilhÔes
- demais servidores: déficit de R$ 3,42 bilhÔes
Reforma da PrevidĂȘncia
Por conta dos seguidos dĂ©ficits bilionĂĄrios, o governo propĂŽs ao Congresso uma reforma da PrevidĂȘncia. A principal mudança proposta Ă© a criação de uma idade mĂnima para acesso Ă aposentadoria, o que faria com que a população contribuĂsse por mais tempo para o sistema e demorasse mais para se aposentar.
O governo vem tentando sem sucesso a aprovação da proposta no Congresso, devido Ă resistĂȘncia de parte dos parlamentares Ă s mudanças, impopulares, e tambĂ©m devido Ă crise polĂtica que atinge o governo Michel Temer.
No fim do ano passado, a equipe econĂŽmica retomou as discussĂ”es sobre a reforma da PrevidĂȘncia e deu aval para uma proposta mais enxuta, sem alteraçÔes na previdĂȘncia dos trabalhadores rurais e nas regras do BenefĂcio de Prestação Continuada (BPC).
O governo tem dito, porĂ©m, que nĂŁo abre mĂŁo de trĂȘs pontos:
- equiparar as regras do setor pĂșblico e do setor privado;
- instituir uma idade mĂnima de aposentadoria de 65 anos para homens e de 62 anos para mulheres;
- manter uma regra de transição por 20 anos (durante os quais seria possĂvel se aposentar abaixo da idade mĂnima).
A expectativa do governo é de votar essa nova proposta no plenårio da Cùmara dos Deputados no dia 19 de fevereiro. O governo precisa obter 308 votos para alterar as regras previdenciårias. Depois da Cùmara, a proposta também tem de passar pelo crivo do Senado Federal.
“O trabalho do governo Ă© pela aprovação da reforma tal como estĂĄ na emenda aglutinativa (Ășltima proposta)”, declarou nesta segunda o secretĂĄrio de PrevidĂȘncia Social do MinistĂ©rio da Fazenda, Marcelo Caetano.
De acordo com ele, se aprovada em fevereiro na Cùmara e em março no Senado, a reforma proporcionaria uma economia de R$ 5 bilhÔes a R$ 6 bilhÔes no ano de 2018. Até 2060, afirmou ele, a economia, em relação aos valores que seriam gastos sem a reforma, seria de R$ 500 bilhÔes.
Fonte: G1