Ex-vice é suspeito de receber propina da empreiteira Odebrecht
O presidente do Equador, Lenín Moreno, nomeou uma de suas ministras para ocupar a vice-presidência interina após o titular Jorge Glas ter a prisão preventiva decretada por envolvimento em um escândalo de corrupção com a empreiteira brasileira Odebrecht.
A ministra de Desenvolvimento Urbano e Habitação, María Vicuña, fará a substituição pelo "período que durar a ausência temporária" de Glas, detido em Quito, diz o decreto divulgado na última quarta-feira (4).
Segundo nota divulgada pela secretaria de Comunicação do governo, Moreno justificou a decisão argumentando que a prisão de seu vice é uma "circunstância de força maior" que o impede de exercer o cargo para o qual foi eleito em abril passado.
"Uma pessoa que está presa não pode cumprir com a função de vice-presidente. A questão de um julgamento político[ para destituir Glas] é prerrogativa da Assembleia. Sua condenação é uma questão de Justiça", ressaltou Moreno.
A Constituição determina que o presidente pode designar um vice temporário entre seus ministros, e caso Glas fique ausente por mais de 90 dias, o Congresso deverá apontar seu sucessor em uma lista tríplice apresentada pelo presidente.
No último dia 2 de outubro, a Corte Nacional de Justiça do Equador acatou um pedido apresentado pela Procuradoria-Geral, segundo a qual existia um risco de fuga. Desta forma, o vice-presidente foi abordado em sua casa, em Guayaquil, e levado a uma prisão ao norte da capital.
Glas compôs a chapa do presidente Rafael Correa e é vice desde 2013. Ele é suspeito de receber propina de cerca de US$14 milhões da Odebrecht para obras e licitações no Equador. Em 25 de agosto, a Assembleia do país autorizou que Glas fosse investigado por suposto crime de associação ilícita por relação com a empreiteira.