Ditados
populares costumam provar muito mais que calhamaços de fórmulas, teorias
científicas ou teses de pós – como se diz na “academia”. Dois desses
ditos revelam a verdade cruel nas relações humanas: “rei morto, rei
posto”… “amigos, amigos, negócios a parte”.
“Rei morto, rei posto… amigos, amigos, negócios a parte”
A cultura
também retrata como as pessoas reagem à partida de um “próximo”. O samba
tratou a situação com uma dose cavalar de humor negro: “o defunto nem
esfriou e já tem neguinho querendo pegar a viúva”.
Com o PT do Piauí não foi diferente. O
presidente não resistiu às várias paradas cardíacas e se foi num domingo
na cidade que amou como se fosse única.Assis Carvalho levou para o túmulo não só o corpo maltratado pelas “batalhas” que travou em vida, mas o que ainda restava de unidade entre as várias tendências que existem dentro do partido. PT que Assis ajudou a alcançar o poder, no Piauí e no Brasil.
Hoje, pelo menos três “viúvas” surgem reclamando a herança do falecido. E não há segredo. As correntes assumem publicamente os seus interesses e brigam pelo espólio de Assis.
Tanto que já houve várias falas de lideranças petistas pregando o consenso. Da Câmara Municipal à Câmara Federal, vozes se manifestam sobre a necessidade do PT continuar unido. O governador Wellington Dias, tentando minimizar os efeitos letais da Covid-19, não parou para tratar do assunto. Se já o fez, ainda não se manifestou.
Os 60 membros titulares e 18 suplentes, que vão se reunir virtualmente nesta sexta-feira (24) para deliberar sobre a presidência do PT estadual. Quem observa de longe a situação logo percebe o que só um vesgo, de visão torta de tanto olhar pro próprio umbigo, não enxerga: o PT, dividido, não mete medo em ninguém.