Wellington
Dias (PT) comanda, no Piauí, um governo marcado pela ineficiência e
pelas inúmeras obras inacabadas, muito embora a maioria delas tenha
dotação, disponha de recursos e, o que é pior, o dinheiro seja liberado e
utilizado.
Uma delas,
que se arrasta penosamente desde o ano de 2012, quando ainda era
governador do estado o médico Wilson Martins, do PSB, antigo aliado e
hoje adversário ferrenho de Dias, é a duplicação das rodovias federais
de acesso a Teresina, BR 343 e BR 316, respectivamente, pelas entradas
norte e sul da cidade.
Nesta
quinta-feira (30), o governador esteve em visita ao canteiro de obras
que está paralisado desde o início da quarentena. Ele disse que os
trabalhos estão sendo retomados. Certamente, a passos de cágado. Na
rodovia BR 343, nossa reportagem verificou in loco que existem máquinas
ao longo do trecho (sempre estiveram ali durante a pandemia) mas que não
há nenhuma movimentação. É tudo simulação.
ASFALTAMENTO PARA ATENDER CAMPANHA ELEITORAL
Governador no “canteiro” de obras: máquinas paradas e operários em cena para simulação
A única
ação de asfaltamento ocorre em várias cidades do estado onde o
governador tem aliados políticos e que disputam prefeituras municipais
sendo candidatos ou indicando sucessores. Uma delas é o município de
Altos, 42 km de Teresina, onde está sendo feito asfaltamento em pleno
período pré-eleitoral. Obras dessa natureza não ocorrem nos chamados
períodos administrativos, demonstrando claramente que se trata de ação
com finalidade de conquistar votos, o que, em tese, deveria ser
considerado ilícito por indicar favorecimento de candidatura. Mas seria
preciso a atitude do Ministério Público Eleitoral para questionar a
legalidade desse tipo de ação.
Wellington cumprimenta operários que estão em cena para dizer que trabalham (Foto/CCOM)
Esse
comportamento do governador é uma prova de que as declarações da
delegada federal Milena Caland têm procedência quando ela diz que apesar
das ações de combate aos atos de corrupção no estado do Piauí os
agentes públicos continuam transgredindo a lei e acumulando mais
prejuízo ao erário.
MANOBRA JÁ UTILIZADA EM 2016
Essa
manobra do governador já tinha sido utilizada em 2016 quando ele mandou
colocar maquinário nos trechos em duplicação e também no rodoanel de
Teresina. O objetivo era dar a ideia de que as obras estavam em pleno
andamento e assim justificando saída de recursos para empreiteiras que
estariam realizando obras não nas rodovias a serem duplicadas e sim nos
municípios onde o chefe do Executivo mantém interesses
político-eleitorais.
Ao fim
daquele ano, sem qualquer justificativa plausível, o então secretário de
Planejamento, Antonio Neto, disse que o estado acumulava um déficit de
R$ 300 milhões, curiosamente o mesmo montante que deveria ter sido
aplicado nas obras de infraestrutura anunciadas, quais sejam,
duplicações, rodoanel, dentre outras. Todos se fizeram silentes, mais
uma vez, para os possíveis desmandos do governador.
FACTOIDE CONTRA VISITA DE BOLSONARO
A
movimentação de Wellington nas intermináveis obras de duplicação das
rodovias de acesso a Teresina tiveram objetivo, ainda, de tentar
obscurecer a visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao
município de São Raimundo Nonato, 525 km a sudeste da capital. O
governador não foi convidado e por isso não compareceu e nem mandou
representante.
Bolsonaro
esteve no sudeste piauiense acompanhado do senador Ciro Nogueira (PP) e
da deputada Iracema Portela, dentre outros políticos. Nas fotos,
Wellington aparece com capacete de engenheiro, como se fosse um
governante trabalhador. Nada disso procede. É apenas a máquina de
propaganda em funcionamento. Não para informar, mas para distorcer e
criar factóides que tentam mostrar uma realidade inexistente no Piauí.
Salve as redes sociais que têm livrado muita gente do engano.(Baseado em comentário de Toni Rodrigues)