O
esquema de fraudes em contratos de transporte escolar no Piauí nasceu da
“relação negocial” entre o empresário Luiz Carlos Magno Silva e a
deputada Rejane Dias (PT-PI), durante sua gestão na Seduc-PI. A
informação consta na decisão que autorizou a Operação Topique, segundo o
site O Antagonista.
De acordo
com o despacho, Luiz Carlos Magno, dono do Grupo Locar, atuou para
nomear servidores em “postos chave” na Secretaria de Educação do Piauí
para garantir que venceria licitações na pasta.
Esses
contratos eram superfaturados, segundo as investigações. De acordo com
relatório da Controladoria-Geral da União, havia sobrepreço médio de 40%
no fornecimento de transporte escolar e também a contratação de
motoristas por “preços bem menores” que o estipulado pela Secretaria de
Educação.
Conforme
as investigações da Operação Topique, as empresas do Grupo Locar são
suspeitas de desviar mais de R$ 50 milhões de contratos de transporte
escolar com a Secretaria de Educação do Piauí. Esse dinheiro saiu dos
cofres da União e foi enviado ao Piauí por meio do Fundeb e do Programa
Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate).
A decisão
que autorizou a operação, cita trechos de relatórios da Polícia Federal
segundo os quais operadores da organização criminosa frequentaram a casa
da deputada e o Palácio de Karnak, sede do governo.
Esses
operadores eram João Gabriel Ribeiro Coelho, sobrinho de Luiz Caros
Magno, e Paula Rodrigues de Sousa dos Santos, funcionária do Locar desde
2012. Segundo a decisão da Justiça Federal do Piauí, eram eles os
responsáveis por descontar cheques em suas contas pessoais, para “fazer
movimentações financeiras suspeitas”.
Uma dessas
movimentações seria um repasse de R$ 107,5 mil de empresas do Grupo
Locar a um irmão de Rejane Dias, Rogério Ribeiro e Sousa. Indícios dessa
transferência foram encontradas num HD que estava na casa de Paula
Rodrigues de Sousa. Era um arquivo chamado “Demandas 2017 (1)”.
De acordo
com a decisão, “a constatação de repasses de vantagens econômicas
indevidas das empresas chefiadas por Luiz Carlos Magno Silva aos agentes
públicos, a partir do recebimento e dinheiro em espécie e operações
bancárias (…), aliada ao fato de que essas vantagens eram pagas
concomitantemente à vigência dos contratos e aos respectivos pagamentos
pelos órgãos públicos revelam, de acordo com a Polícia Federal, ‘o maior
esquema criminoso nas contratações de transporte escolar que se tem
notícia no país