Taxa de mortalidade infantil no Piauí é três vezes acima da média nacional; CRM-PI tomará medidas




Os números não mentem e só confirmam que cada vez mais os governos têm utilizado políticas de desmonte da saúde pública no Brasil, especialmente reduzindo investimentos fundamentais no SUS e nos programas de saúde à população. 

Com os dados divulgados no último mês de maio pela Fundação Abrinq, sobre o crescimento nacional de 11% da taxa mortalidade infantil, entre 2015 e 2016, uma elevação que não havia registro nos últimos 13 anos, comprova que medidas urgentes precisam ser tomadas.
No Piauí, a média é a maior, três vezes maior, pois somente na Maternidade D. Evangelina Rosa, a maior do Piauí, o aumento da mortalidade infantil foi de 43,15 para cada mil bebês nascidos vivos.


A presidente do CRM-PI, Drª Mírian Palha Dias Parente, ressalta que é notória a queda dos investimentos em saúde e certamente o resultado disso seria em estatísticas desastrosas. Ela informou que o Conselho está trabalhando há muito tempo e enfrentando situações negativas na saúde pública do Piauí. “Essa pesquisa não nos causa estranheza, uma vez que a Maternidade, onde foi constatada essa média elevada mortalidade neonatal, acima de todos os estados no país, é reflexo de um problema muito mais complexo, que envolve a falta de investimentos em todas as esferas públicas, inclusive na atenção básica”, frisou. 


Diante de toda a problemática e de várias denúncias que o CRM-PI recebe inclusive de médicos, os quais vêm sofrendo com a falta de condições de trabalho e com a superlotação na MDER, o CRM-PI atuará em parceria com o Ministério Público do Estado em ações que buscarão melhorias para a maternidade e já tem intensificado as fiscalizações nas Unidades Básicas e Mistas de Saúde em todo Estado. Nos últimos dias, médicos da MDER denunciaram a falta de material básico de uso hospitalar e de higiene, como papel toalha. Em todos os setores da maternidade são encontradas falhas e quem mais sofre com isso é a população. Para o CRM-PI, quando os recursos não chegam até o destino, uma série de problemas começa a surgir, como, por exemplo, o aumento de parturientes com complicações, tendo as suas vidas e dos seus bebês com maior taxa de risco e esses casos geralmente são levados à MDER, daí os números altíssimos de mortalidade infantil estarem concentrados naquela instituição.