Oposição denuncia fraude eleitoral e tensão aumenta no Quênia


Com mais 74% das urnas apuradas, Comissão Eleitoral do país dá a vitória à situação, com 54% dos votos, dez pontos a mais do que a oposição.

Protesto contra o resultado das eleições no Quênia


O líder da oposição do Quênia, Raila Odinga, acusou nesta quarta-feira, o atual governo de ter manipulado o sistema digital de contagem de votos das eleições gerais. A fraude teria sido feita com o uso da identidade do diretor de telecomunicações da Comissão Eleitoral, Chris Msando, assassinado há dez dias.

“A fraude que a Jubileu (a coalizão do presidente do país, Uhuru Kenyatta) perpetrou sobre os quenianos, ultrapassa qualquer nível de roubo contra os eleitores na história deste país. Mas desta vez os pegamos”, escreceu Odinga aos seus 1,2 milhão de seguidores no Twitter.


The fraud Jubilee has perpetuated on Kenyans surpasses any level of voter theft in our country's history. This time we caught them.

— Raila Odinga (@RailaOdinga) August 9, 2017


Com 74% da apuração concluída, a Comissão Eleitoral dá a vitória a Kenyatta, com 54% dos votos, dez pontos a mais do que Odinga.

Em 2007, a oposição rejeitou os resultados das eleições, o que causou uma onda de violência na qual morreram mais de 1.300 pessoas. “É uma fraude de gravidade monumental, não tivemos eleições”, disse o líder da coalizão Super Aliança Nacional (NASA, sigla em inglês), que não quis revelar onde obteve esta informação.

A manipulação digital do sistema, segundo Odinga, começou quarta-feira ao meio-dia (horário local), enquanto as pessoas votavam, utilizando a identidade de Msando. “Oferecemos todas as provas à Comissão Eleitoral, estamos esperando uma resposta, temos inclusive a identidade dos autores, que representam a Jubileu”, assegurou o opositor. “Estamos pedindo à nossa gente que não aceite os resultados, mas que mantenham a calma. No entanto, eu não tenho o controle sobre a população”, advertiu Odinga.


(Com EFE)